Sábado passado, dia 04, eu ministrei uma Oficina de Exercícios Criativos e uma das integrantes dessa turma me fez essa pergunta: como eu faço para ser mais criativa na minha vida? Tem fórmulas? Não existem fórmulas, existem reflexões e partilha de experiências. Deixo aqui algumas para vocês.
PRIMEIRA DICA: Eu sempre digo que o primeiro passo para uma vida mais criativa é abrir espaço para fazer coisas que gostamos muito, apenas pelo prazer de fazê-las. Muitas vezes, isso irá remeter a algo que fazíamos na infância e que perdíamos a noção do tempo ao executá-las. O segredo é o prazer genuíno de nos expressarmos, de nos conectarmos conosco, com o outros, com o objeto da nossa atenção. Se isso faz sentido para você, experimente tirar uma hora do seu dia e revisitar a sua infância. Olhe em fotos, pergunte para pessoas que conviveram com você quando pequeno, tente acessar por meio de sua memória esses momentos prazerosos. Haverá pistas dessas brincadeiras marcantes. A partir disso, coloque mais desses momentos assim na sua vida cotidiana… e se arrisque a dar continuidade às fagulhas de criatividade que forem se apresentando. Você gostava de brincadeiras que envolviam bola? Que tal um esporte com bola na vida adulta? Gostava de usar saias rodadas e coloridas? Perdia horas colorindo? Não tema os caminhos novos que se apresentarem.
SEGUNDA DICA: Esse aqui é um pouquinho mais racional e funciona demais para a uma vida mais criativa. Capriche na DEFINIÇÃO DOS SEUS PROBLEMAS. Quando tiver algo para aplicar a sua criatividade de um jeito prático e instrumental, olhe bastante para o cenário deste desafio que você se propôs a abraçar e se pergunte: Qual é o problema que eu tenho para solucionar? Se preciso for, escreva-o em um papel. A partir desta definição, pontue, desenhe, avalie todas as soluções possíveis. Elas respondem o desafio de um jeito satisfatório, dentro dos limites de tempo e de recursos que você possui? Se a resposta for “não” talvez você possa REDEFINIR O PROBLEMA. Na medida que for se familiarizando com esse processo, com muita presença, você vai aprendendo a mapear os seus recursos e encontrar soluções. E aí, a criatividade vai se apresentar cada vez mais.
TERCEIRA DICA: Abasteça-se de referências. Essa dica é básica, importante e nem todo mundo dá a devida importância a ela. As melhores referências são aquelas que nascem da experiência. Em um mundo acelerado, onde se tem pouco tempo para se usufruir o prazer das pequenas coisas, pode ser um desafio aproveitar a vida. Não se trata de SABER, apenas, já que as informações estão aí livres e abundantes. Mas de SABOR. De degustar, de aprender, de saborear conteúdos novos, novas referências, o que a vida traz em cada instante. E claro, de ir atrás dessas referências. LEMBRE-SE SEMPRE: criatividade não consiste em inventar coisas “do zero” e sim É MAIS SOBRE RECOMBINAR ELEMENTOS JÁ CONHECIDOS EM NOVOS ARRANJOS. Quanto mais referências saboreadas, mais recursos terá para criar.
QUARTA DICA: Faça Brainstorms. É importante acostumar-se a gerar um grande número de ideias para o mesmo problema criativo. Mesmo que a solução escolhida, ocasionalmente, seja o primeiro vislumbre, deixar uma solução já encontrada e pensar em novas desafia o cérebro a buscar sempre novos caminhos e reforça o pensamento lateral.
E você? Costuma praticar alguma dessas dicas?
Me conte aqui.
Imagem: FreePik
Consultora na área de criatividade, professora, escritora, palestrante e redatora publicitária. Apreciadora de histórias.