Se você mora no mesmo país que eu, presumo que sim, deve ter acordado no domingo ou ao longo da semana com o céu cinza e os olhos mais secos do que o de costume. Não restam dúvidas que de o meio ambiente está pedindo ajuda enviando sinais de fumaça.
E o que a criatividade tem a ver com isso? Basicamente, o cenário mundial, cada vez mais, exigirá de nós flexibilidade e soluções rápidas, inteligentes, amorosas e originais. Como diz Klaus Schwab, em seu livro A Quarta Revolução Industrial, não dá pra afastar o desconforto com soluções paliativas. ISSO NÃO É CRIATIVIDADE. É ACOMODAÇÃO.
As décadas a frente, segundo o Fórum Econômico Mundial, pedem de nós Habilidades como Pensamento Crítico, Criatividade e Capacidade de Resolver problemas complexos como habilidades essenciais no estar neste mundo daqui por diante. Agindo como protagonistas. Isso quer dizer: agilidade, no lugar de ansiedade. Soluções novas, no lugar da repetição. Redes ágeis e plurais, no lugar das estruturas hierarquizadas e rígidas. A maleabilidade no lugar da fugacidade. As pessoas em primeiro lugar e não a tecnologia.
Percebem que faz muito sentido a gente sentar e arrumar a cada em vez de pegar um foguete, ir colonizar outros lugares no espaço?
Já fizemos isso uma vez, com a chegada das esquadras portuguesas no Brasil e vamos combinar que não deu assim, tão certo?
Colocar a criatividade em primeiro lugar implica em aprendermos a integrar nosso lado direito, tão emocional e nosso lado esquerdo tão analítico por meio da geração, desenvolvimento e comunicação de nossas ideias.
Precisamos aprender a tirar as ideias da cabeça e depejar tudo no papel, no tablet, onde for. Precisamos usar o potencial das redes para nos conectarmos e encontrarmos soluções rápidas e que beneficiem o maior número de pessoas e não um grupo restrito.
As empresas do futuro – e já no presente, estão escolhendo os criativos para seus cargos mais salutares.
Quero lembrar você que chegou até aqui que:
a) Criatividade não é algo que você vai desenvolver da noite para o dia. É um estilo de vida mesmo, uma forma de ver o mundo. Seu cérebro, movido por um senso de proteção tende a te guiar todos os dias para o mesmo caminho, seja ele mental ou do trabalho pra casa, de casa para o trabalho.
b) Aprenda a comunicar as suas ideias sem medo. Se o outro não gostar, não implementar ou mesmo rir delas, pelo menos, você exercitou sua capacidade de tentar – e até mesmo realizar. Fazer brainstorms sozinho ou com alguém, um grupo por exemplo, é praticar a criatividade.
c) Comece resolvendo problemas pequenos e se orgulhe de cada solução criativa. Para a mente, a descobrir a cura do câncer e um novo uso para uma garrafa descartada é o mesmo.
d) Eu poderia dizer (e provar facilmente) que um profissional criativo ganha mais financeiramente e que a economia criativa remunera melhor (dê um google e descubra facilmente) mas optei por um texto sem gatilhos. Prefiro te lembrar que a vida criativa é muito mais rica de referências e emocionante.
e) Cerque-se de pessoas criativas. Você aprenderá uma coisa nova todos os dias. E ao segui-las, você verá saltos de fé que irão te inspirar cada dia mais.
f) Faça cursos. Um curso só de criatividade não faz verão. E cuide da saúde criativa dos seus pequenos. Eles nascem criativos. Com o tempo e o excesso de regras, vão deixando a criatividade empoeirada num canto da memória.
O mundo pede socorro e em vez de fecharmos os olhos é hora de respirar o ar puro da criação. É de dentro pra fora que mudaremos nossa realidade. Palavra de beija-flor. Ainda dá tempo.
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Consultora na área de criatividade, professora, escritora, palestrante e redatora publicitária. Apreciadora de histórias.