Da inveja a um projeto criativo em menos de 2 min de leitura.

Um amigo querido morria de inveja de escritor que volta e meia anunciava a publicação de um novo livro. Inveja, meus amigos, e não era branca. A dor do meu amigo era que a tal pessoa escrevia mal. O livro era ruim. E ainda por cima, vendia bem. “Eu escreveria livros muito melhores”, confessava para mim arrasado pois sabia que podia desabafar sem julgamentos.

Pesquisadora da criatividade que sou, sempre ouvi com empatia mas sem me deixar levar por sentimentos semelhantes diante do “ruim” materializado. Aprendi muito cedo uma coisa: “de fato, feito, é melhor que perfeito”. Sim, um livro publicado, mesmo que de qualidade duvidosa, ainda é um livro. Vale mais do que uma “ideia vaga de um livro… assim… que está na minha cabeça para quem sabe um dia…”. Ideias potenciais, sinto muito lhe dizer, são apenas… ideias. O famoso potencial criativo é apenas… potencial. Claro que isso representa muito! Quem vive cheio de ideias provavelmente possui muito mais pulsão de vida do que quem vê a vida em duas cores, sem contraste, espanto ou perspectiva de futuro. E projetos maravilhosos foram, um dia, ideias nutridas e alimentadas com entusiasmo e devoção.

Mas fato é… quem quer fazer algo novo precisa se colocar no lugar de amador, pelo menos uma vez. Esboçar rascunhos de suas ideias, conversar com pessoas, investir em projetos, mentorias, aulas, arriscar, errar, edificar suas experiências.
Dar um passo em direção a algo novo é assustador!

Mas, assim que começa, nos enche de coragem. Abre nossos horizontes para novas experiências. Nos coloca no jogo, na arena. E se tudo der “errado”. SE É QUE O “ERRADO” EXISTE. Ou melhor… se as suas expectativas te levarem à frustração? Aí o segredo é reavaliar a rota, ajustar as velas… e escolher de novo.

Se você tem inveja de alguém (e isso não é feio, errado ou pecaminoso – é ainda assim um sentimento que precisa ser acolhido e transformado) pense comigo. O que essa pessoa é ou tem que você gostaria de ser ou espelhar em sua vida?
Transformar potência em matéria é possível por meio de paciência, gentileza e um processo criativo conhecido, destrinchado e aceito.
Não para ter vitórias e méritos somente. Mas para tocar a música que vai na alma, para transformar em produtos, objetos, festas, canções, memórias, tudo o que ressoa aí hoje na sua alma.
Da inveja ao orgulho, da admiração à satisfação, da inação à produção. O que sua alma pede para ser criativamente transformado hoje?

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