ROBÔS HUMANÓIDES E CRIATIVIDADE: QUE FUTURO NOS AGUARDA

Hoje retornamos às nossas atividades docentes para o primeiro semestre de 2025 no Centro Universitário Iesb onde leciono há quase 15 anos. Em meio à realidade da chegada dos robôs humanóides, cada vez mais próxima, à necessidade de nos apropriarmos de metodologias ativas e do uso intensivo da inteligência artificial, uma pergunta ecoou na minha mente. Nossa integração com as novas tecnologias já é, de fato, um caminho sem volta – e que bom! Tantos benefícios elas nos trazem. Como equilibrar as informações aceleradas e em fluxo, a rapidez dos processamentos binários à tudo o que nos torna humanos?

Por toda parte, ouvimos o discurso de que as máquinas fazem em segundo o que levávamos horas para executar. Mas e o prazer que experimentávamos nessas longas horas? Onde ele foi parar? Para onde foi canalizado o escrever um textão longo, revisar, escolher bem as palavras, trocá-las, com uma emoção nos espiando em cada fresta de parágrafo? Onde foi parar a releitura de uma receita que foi das nossas avós, recuperada, refeita, com muitos amigos em volta da mesa? Onde estão os processos de criação coletiva, com muitas cabeças em busca de uma ideia em um processo de brainstorm? Sim, a IA é rápida e me ajuda demais! Já a transformei em minha assistente faz tempo. Na reunião de hoje, nosso reitor já deu a resposta. O que é operacional vai sendo rapidamente substituído.

E o que fica? Justamente o que nos faz humanos. Máquina não tem empatia. Máquina não sente. Máquina não faz uma associações com espontaneidades desconcertantes que nos arrancam risadas. Máquina (ainda) não divide um saco de Doritos com você e lambe os dedos pra se livrar do incômodo. A mesma tríada que nos diferenciou de outros bandos de animais (lembre-se: nunca fomos os mais fortes ou os mais ágeis) é o que nos salvará: nossa linguagem complexa, nossa capacidade de colaborar em pequenos ou grandes times, nosso pensamento – principalmente o criativo. É nossa humanidade, tão falha, tão competitiva e ainda tão em desenvolvimento que fará a diferença nos cenários atuais. Confie e mergulhe sem medo. Empatia, gentileza, presteza, ânimo e generosidade, somadas à capacidade de resolver problemas complexos, raciocínio lógico e muita criatividade estão mais em voga do que nunca.



(Nívea Braga – @niveabragacriatividade)

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