Essa semana tomei um chá com uma amiga enquanto conversávamos sobre criatividade e ela me disse uma coisa que pode parecer muito óbvia mas que alugou um triplex na minha mente com vista para o mar e o ancoradouro na praia: Nívea, a forma como você canaliza a sua criatividade é o texto. Novidade alguma, certo? Errado. Para mim, escrever é algo tão fluido e natural que, às vezes, nem percebo mais a potência criativa materializada que as minhas palavras carregam. Me expor, seja nas redes ou nos grupos que faço parte, a partir desse lugar de fala, é tão normal que nem consigo mais enxergar valor. Mas há. Assim como você aí do outro lado que me lê, provavelmente, tem a sua forma de expressar criativamente: no jeito de se vestir, na escolha dos filmes, na organização de um evento – como já falamos em semanas anteriores.
Escrever é importante demais. Em um mundo plasmado pela instantaneidade, ansiedades e inteligências variadas, em que as respostas já vêm formatadinhas em minutos, como encontrar espaço para abrir uma página, despejar as ideias, observar as perfeitas imperfeições ?
Quer ver só? Imagine, por exemplo, uma pessoa que venha lá de uma longíquia cidade do interior. Imagine se ela pudesse mostrar… olhe, aqui está o meu português com umas concordâncias meio atravessadas me mostram que eu vim de longe, onde não tive tanto tempo pra ir à escola mas que sobrou tempo pra ver a mãe cuidando da horta e ajudá-la? Ou então… em vim também lá do interior… e ouvi tanto “causo” que agora histórias saltam aos borbotões dos parágrafos da minha vida! Vamos concordar que isso é mais bonito que muito verso erudito por aí? Hoje já temos ferramentas que corrigem tudo. E esse é o ponto-cego perigoso que pode nos fazer derrapar na escrita. Em vez de usar a ferramenta para corrigir, ousamos descansar no seu potencial de criar.
Eu quero ver o seu texto com todas as marcas, as cicatrizes, os bloqueios. Quero te contar que escrever basta, que seu texto como ponto de partida é suficiente. Que ele precisa sair, que ele precisa ser lido, ouvido, co-criado.
Quero ver seu texto saindo lá do seu interior. Pedindo carona pra sua história. Com o pé vermelho rachado da caminhada. Quero ver sua trouxa amarrada no cabo de madeira de um lápis, que pode ser seu cajado.
Eu sei que você tem uma boa história para contar. Não sei se você quer contá-la por meio das suas fotos, dos seus vídeos, do seu trabalho filantrópico, por meio dos seus textos. A você que você que chegou até aqui, que possa encontrar aqui uma sombra para descansar. E depois avançar.
Escrever é importante demais. Em um mundo plasmado pela instantaneidade, ansiedades e inteligências variadas, em que as respostas já vêm formatadinhas em minutos, como encontrar espaço para abrir uma página, despejar as ideias, observar as perfeitas imperfeições ?
Quer ver só? Imagine, por exemplo, uma pessoa que venha lá de uma longíquia cidade do interior. Imagine se ela pudesse mostrar… olhe, aqui está o meu português com umas concordâncias meio atravessadas me mostram que eu vim de longe, onde não tive tanto tempo pra ir à escola mas que sobrou tempo pra ver a mãe cuidando da horta e ajudá-la? Ou então… em vim também lá do interior… e ouvi tanto “causo” que agora histórias saltam aos borbotões dos parágrafos da minha vida! Vamos concordar que isso é mais bonito que muito verso erudito por aí? Hoje já temos ferramentas que corrigem tudo. E esse é o ponto-cego perigoso que pode nos fazer derrapar na escrita. Em vez de usar a ferramenta para corrigir, ousamos descansar no seu potencial de criar.
Eu quero ver o seu texto com todas as marcas, as cicatrizes, os bloqueios. Quero te contar que escrever basta, que seu texto como ponto de partida é suficiente. Que ele precisa sair, que ele precisa ser lido, ouvido, co-criado.
Quero ver seu texto saindo lá do seu interior. Pedindo carona pra sua história. Com o pé vermelho rachado da caminhada. Quero ver sua trouxa amarrada no cabo de madeira de um lápis, que pode ser seu cajado.
Eu sei que você tem uma boa história para contar. Não sei se você quer contá-la por meio das suas fotos, dos seus vídeos, do seu trabalho filantrópico, por meio dos seus textos. A você que você que chegou até aqui, que possa encontrar aqui uma sombra para descansar. E depois avançar.

Consultora na área de criatividade, professora, escritora, palestrante e redatora publicitária. Apreciadora de histórias.